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A
justiça da Comarca de Descalvado decretou nesta quinta-feira (6), a
prisão preventiva de Luciano Fais, denunciado pelo Ministério Público em
novembro de 2014 pela prática do crime de corrupção ativa, em processo
que também figura como réu o ex-prefeito interino Anderson Aparecido
Sposito. A sentença foi assinada pelo Juiz Dr. Marcelo Luiz Seixas
Cabral, tendo em vista a não localização do réu Luciano e a 'inequívoca'
demonstração de que ele não pretende se submeter aos rigores da Lei.
De acordo com as
informações que constam no processo, em 2014 os réus Anderson Aparecido
Sposito e Luciano Fais foram denunciados pelo Ministério
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Público de Descalvado pelos crimes de corrupção passiva e corrupção ativa,
respectivamente. A denúncia teria partido depois que uma
gravação
apresentada durante uma sessão legislativa naquele mesmo ano,
supostamente mostrava um esquema de corrupção
onde o ex-prefeito interino estaria negociando propina em seu gabinete.
A gravação - e a oferta da propina - teria sido feita por Luciano, que
na época dos fatos, teria se apresentado como empresário interessado em
participar e obter vantagens em um esquema de licitações junto a
Prefeitura Municipal de Descalvado.
A gravação foi
tornada pública pelo ex-vereador Edevaldo Benedito Guilherme Neves,
e tem duração de 2 minutos e 27 segundos. Nela, é possível ver o
ex-prefeito interino em seu gabinete com pelo menos mais três pessoas,
entre elas, o empresário responsável pela gravação do vídeo em que ele
oferece R$ 30 mil à Sposito. Na época, Edevaldo destacou que o trecho do
vídeo exibido foi extraído de uma gravação com quase uma hora de
duração, e que havia sido gravada dentro do gabinete do prefeito, por
isso seria de interesse público e precisava ser levada ao conhecimento
da população.
Ainda no final de 2014, a
justiça determinou a quebra do sigilo bancário de Sposito e da sua
empresa. Em maio de 2017, o então Juiz de Direito, Dr. Rafael Pinheiro
Guarisco, recebeu a denúncia do MP, abrindo prazo para os réus
apresentarem suas defesas, mas desde então a justiça vem encontrando
dificuldade de localização do réu Luciano Fais. Finalmente, na tarde
desta quinta-feira, o Juíz Dr. Marcelo Cabral decretou a prisão
preventiva de Luciano, documento que foi disponibilizado para consulta
na manhã desta sexta-feira, dia 7 de dezembro.
Na decisão - e tendo em
vista a não localização do réu -, o magistrado determinou a suspensão do
curso do processo e do prazo prescricional, e decretou a prisão de
Luciano. "Sem prejuízo, uma vez que o réu se encontra processado por
crime punido com reclusão e, não foi localizado para sua citação
pessoal, sua ausência do distrito da culpa tem a inequívoca significação
de que ele não pretende se submeter aos rigores da Lei. Assim, a fim de
assegurar a aplicação da lei penal, com fundamento no artigo 312 e
seguintes do Código de Processo Penal DECRETO A PRISÃO PREVENTIVA do réu
LUCIANO FAIS, expedindo-se imediatamente mandado de prisão", decidiu
o Juiz de Direito.
Quanto ao ex-prefeito
interino e corréu na ação penal, o rito processual prosseguirá, visto que, conforme
consta na decisão "não sendo caso de absolvição sumária" ficou designada
audiência de instrução, interrogatório, debates e julgamento para o dia
28 de fevereiro de 2019.
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