Na
última semana, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou o
Relatório sobre andamento da safra na última quinzena de agosto, apontando que o
rendimento do canavial alcançou 70,00 toneladas por hectare colhido em agosto,
contra 77,64 no mesmo mês 2017 - queda de 9,85%.
Ainda, segundo o relatório,
no acumulado do atual ciclo até 1º de setembro, essa produtividade
atinge 78,44 toneladas por hectare, frente às 81,20 registradas até a
mesma data da safra passada.
“Essa quebra irá se
intensificar nas próximas quinzenas, na medida em que a colheita avançar
para áreas mais afetadas pela estiagem e com lavouras mais velhas e,
portanto, com produtividade naturalmente menor”, comenta Antonio de
Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.Esse incremento da colheita da
cana de cortes mais velhos já diminuiu em oito toneladas por hectare a
produtividade de agosto comparativamente a julho.
Para Paulo Rodrigues,grande
produtor de cana e diretor da Fazenda Santa Izabel, no município de
Guariba, SP, a redução do volume de safra canavieira do Centro-Sul pode
ser bem maior que o registrado até o momento. É quea região de Ribeirão
Preto, principal produtora de cana do Brasil, enfrenta a maior estiagem
desde 1963, de acordo comoutro grande produtor de cana, Victor
Campanelli, da Agropastoril Campanelli, de Bebedouro, SP.
“A área em que se encontram
nossas terras registra média de chuvas 50% menor que a mesma época dos
anos passados. O canavial sentiu muito, nossa expectativa é de quebra de
safra da ordem de 20% e essa não é só a nossa realidade”, diz Paulo
Rodrigues.
Prova de que essa quebra
será crescente até o fim desse ciclo é a previsão de encerramento
antecipado da moagem pelas usinas do Centro-Sul. Segundo levantamento
preliminar feito pela Unica, 20% das unidades amostradas até o momento
declararam que devem antecipar o fim da safra 2018/2019 em 1 a 3 meses.
O que ameniza a quebra é o
alto teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado pela cana
nesta safra.Segundo o Relatório, a quantidade de ATR por tonelada
processada atingiu 152,66 kg na segunda quinzena de agosto, 7,14 kg
acima do valor apurado em igual período de 2017.No acumulado da safra, o
indicador totalizou 138,22 kg de ATR por tonelada, alta de 4,77% em
relação ao ciclo 2017/2018.
Mas, a longa estiagem
também já compromete a próxima safra ao provocar a morte das soqueiras.
A falta de chuva impossibilita o replantio de falhas. E vários casos de
incêndios, que impulsionados pela seca tomam a palhada, exigema reforma
do canavial, que sem água se torna impossível.
*Fonte: CanaOnline
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