Moradores
de Porto Ferreira reclamam das mudanças no serviço de transporte de
pacientes da cidade, que sob a alegação de trazer economia aos cofres
públicos, agora estão sendo submetidos a uma viagem muito mais longa e
penosa até o 'Hospital de Amor', em Barretos, onde recebem o tratamento para
o câncer.
Segundo os pacientes
ferreirenses, a
viagem teria aumentado em quase 50 Km. Ainda de acordo com a denúncia, a
mudança
teria ocorrido por ordem do Prefeito Rômulo Rippa, que alegou que a
alteração na rota dos veículos da Secretaria de Saúde poderia trazer uma economia
com tarifas de
pedágios.
Antes da mudança, a viagem
entre Porto Ferreira e Barretos era feita pela Rodovia Anhanguera,
sentido Ribeirão Preto, e em seguida via Bebedouro até Barretos. Ainda de
acordo com os familiares dos pacientes, neste trajeto a viagem teria
uma duração de cerca de 2 horas e 30 minutos, com uma distância percorrida
de 212 quilômetros por trecho.
Agora, os pacientes e seus
acompanhantes afirmam que por ordem do prefeito municipal, os veículos
da Secretaria da Saúde precisam seguir no sentido oposto, via SP-215 (sentido Descalvado), passando por São Carlos e Araraquara
(via Washington Luis) até adentrar na rodovia que liga Matão ao
município de Barretos.
Nesse trajeto, apontam os usuários, o tempo de viagem passou para 2
horas e 53 minutos, com uma distância percorrida de 250 quilômetros o
trecho.
Com a mudança, os pacientes
também reclamam que é preciso acordar bem mais cedo para receber o tratamento
contra o câncer.
Segundo eles, agora é preciso acordar por volta das 2 horas da
manhã, sendo que em alguns casos, o veículo da Prefeitura ainda precisa
passar em outros locais para apanhar mais pessoas antes de seguir viagem, o que geralmente ocorre antes
das 3h30 horas da manhã. Além disso, apontam, todo o desgaste e
transtorno da ida se repete no retorno para casa, tornando a jornada
bastante dolorosa.
Todo esse tempo de viagem - e o longo período fora de casa - têm causado
um grande desgaste aos pacientes, que muitas vezes, precisam repetir o
itinerário já no dia seguinte.
A mudança ocorrida
recentemente causou perplexidade em boa de alguns usuários do serviço
público. Nas redes sociais, usuários se queixam e questionam
sobre a nova rota utilizada para o transporte de pacientes com câncer. “...
o que está acontecendo, porque mudou a rota, é pedágio que tem que pagar
a mais, que demora mais, vamos conversar com o prefeito, a pessoa não
pode perder a químio, a rádio a consulta..., já é tão difícil ..., lá
chama hospital do amor, então o prefeito tem que ser do amor, ajudar a
cuidar, pelo amor de Deus...”, questionou uma internauta.
Muitos dos pacientes e
acompanhantes já frequentam o hospital há mais de um ano e conhecem bem
a dura rotina de viajar mais de 200 quilômetros, mais de uma vez por
semana, para receber o tratamento ou realizar suas consultas e exames na
unidade de referência.
Vale ressaltar que as
Prefeituras Municipais são isentas de cobrança na tarifa de pedágio,
bastando apenas cadastrar os veículos pertencentes à sua frota na Artesp,
a agência estadual que regulamenta as concessões de rodovias paulistas.
Se os veículos da Secretaria de Saúde de Porto Ferreira já são
cadastrados, a mudança na rota está causando um aumento com o gasto em
combustíveis, uma vez que o trajeto se estendeu, razão pela qual a
justificativa de economia não se sustenta.
*Com informações de
TV/Santa Rita
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