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A imposição de tarifas de importação sobre o frango brasileiro por parte da
China trouxe mais incerteza e deixou a indústria avícola nacional receosa. É o
que afirmam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea), em nota divulgada nesta sexta-feira (15).
O governo chinês acionou
sobretaxas provisórias de 18,8% e de 38,4% ao frango brasileiro. A
alegação é de que a indústria local estaria sendo prejudicada pela
concorrência com o produto, já que importações seriam feitas a preços
abaixo dos praticados no país asiático. |
Na avaliação do Cepea, a decisão afetou de forma significativa as
expectativas da indústria brasileira, já atingida também por restrições
da União Europeia.
“A maior preocupação está
atrelada ao fato de o mercado doméstico não conseguir absorver todo o
volume de carne de frango produzida. Dentre todas as proteínas
brasileiras, a de frango é a que apresenta maior dependência das
exportações para enxugar a oferta excedente”, dizem os pesquisadores, no
comunicado.
Apesar das preocupações,
pelo menos por enquanto, as cotações no mercado interno brasileiro no
atacado se mantiveram em alta nesta semana na maior parte das regiões
pesquisadas pelo Cepea. O movimento foi percebido especialmente nos
estados da região sul do Brasil.
“O impulso vem da procura
ainda elevada, devido ao período de início do mês e de normalização de
estoques, dado o desabastecimento das redes atacadistas e varejistas no
período de paralisação dos caminhoneiros”, avaliam os pesquisadores.
No estado de São Paulo, a
valorização do frango congelado passa de 40%. Nesta quinta-feira (14/6),
o valor médio com base na região metropolitana da capital paulista, além
dos municípios de São José do Rio Preto e
Descalvado,
chegou a R$ 4,79%, com 42,99% de alta neste mês.
O frango resfriado, nas
mesmas regiões de referência, a alta acumulada nesta primeira metade de
junho é de 29,48%, com o quilo valendo, em média, R$ 4,70.
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