23/05/2014 (20h00) - Atualizada às 20h56

Secretários Municipais desmentem reportagem especulativa sobre Audiência Pública de Segurança

"Em momento algum eu citei que o problema na contratação da Guarda Municipal deflagra-se em funcional programática ou se existe ou não rubrica com valores alocados. O problema resume-se neste momento apenas no limite prudencial" disse o Secretário Municipal de Administração.

A polêmica da segurança pública em Descalvado ganhou um novo capítulo após a realização da Audiência Pública ocorrida na quarta-feira (14) no Plenário da Câmara Municipal de Descalvado.

Em reportagem publicada na internet e nitidamente de conotação política e especulativa, o Secretário Municipal de Administração, Leandro Francisco Gomes Cardoso, foi taxado como mentiroso, desinformado e mal preparado. A celeuma das várias vertentes explanadas durante a realização da audiência convocada pelo vereador Vick Francisco acabou se tornando apenas o pano de fundo para aquilo que parece ser mais uma

daquelas malfadadas campanhas de difamação e ataques pessoais, e que desde a campanha eleitoral de 2012 costumam rondar a política local, por intermédio de tentativas torpes de se denegrir a imagem de agentes públicos do município.

Com o plenário lotado e transmissão ao vivo pela internet, a população pôde debater sobre a questão da ativação das câmeras de segurança adquiridas na gestão interina, sobre a implantação da guarda municipal e também da atividade delegada no município de Descalvado. Com divergências em pelo menos dois desses tópicos por parte dos presentes, a discussão agora parece ter tomado um caminho onde o que menos importa de fato é a segurança pública.

Depois de ouvir do representante da Polícia Civil, o escrivão Geraldo Belli - responsável pelo encaminhamento das estatísticas criminais à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo -, de que o município de Descalvado vem acompanhando a realidade do país ao registrar o aumento de ocorrências policiais praticadas cada vez mais por jovens e adolescentes, motivados principalmente pela certeza da impunidade, pela legislação obsoleta e pela ineficácia das medidas sócioeducativas, além do envolvimento cada vez mais precoce dos jovens com o submundo das drogas, a população que se fez presente no plenário também acompanhou durante o pronunciamento do Capitão da Polícia Militar, Luiz Sérgio Mussolini Filho, uma explanação a respeito da diminuição do efetivo de policiais militares no município ao longo dos últimos anos. "O Secretário de Segurança Pública pega o mapa criminal das cidades e vê que em Descalvado ocorreu três roubos, dezessete furtos e um homicídio. Comparado com outras cidades, ele avalia que aqui estamos no paraíso. Então ele vai destacar policiais pra cá? Não!" disse o Capitão.

  

O Capitão da PM também discursou a respeito da polêmica envolvendo a demora na implantação da Guarda Municipal ou da Atividade Delegada, que é o convênio celebrado entre o município e o Estado, permitindo ao policial militar que trabalhe nas suas horas de folga no exercício da sua função, utilizando do próprio uniforme, do armamento e das viaturas fornecidos pela Corporação e recebendo pelo trabalho diretamente da Prefeitura Municipal. Segundo o Capitão, esta é sem dúvida a melhor alternativa para o município, pois além de contar com homens armados e mais experientes nas ruas, pode ser implantado de forma rápida e de acordo com as necessidades de cada cidade.

Mussolini também explicou que a implantação da Guarda Municipal de Descalvado, na fase atual em que se encontra, ainda poderá demorar meses para ser concluída, devendo ainda o poder público atentar-se aos processos de avaliação dos candidatos, para não incorrer no risco de contratações de pessoas não qualificadas.

Dentre os seis vereadores presentes na audiência, José Dias Bolcão e Sebastião José Ricci se mostraram a favor da implantação da atividade delegada. Em seu pronunciamento, Ricci inclusive lembrou que há anos atrás ele teria sido o autor do anteprojeto que criou a Guarda Municipal em Descalvado, mas que diante do cenário atual, já se passou o tempo de implantação do órgão em nosso município.

   

PREOCUPAÇÃO COM A SEGURANÇA OU PALANQUE POLÍTICO? Mas o grande embate da audiência ficou mesmo por conta da implantação da Guarda Municipal. Justificando a não contratação dos guardas municipais até o presente momento [o concurso aconteceu em meados de 2012], o Secretário de Administração do município, Leandro Francisco Cardoso, justificou a impossibilidade por conta do limite prudencial da folha de pagamento da Prefeitura Municipal. De acordo com o secretário, o autor da reportagem veiculada na internet no último sábado (17) o acusou de mentir ou de estar desinformado, o que segundo Leandro, demonstra toda a intenção de se criar um fato político e negativo para a atual administração, já que nem o redator e muito menos quem lhe forneceu os dados divulgados na publicação, foram até a Prefeitura Municipal para checar aquilo que foi escrito.

"Em um trecho da reportagem caluniosa, está escrito que hoje o limite prudencial da folha de pagamentos da Prefeitura é de 48,9%, e que se contratarmos os dez profissionais da guarda municipal, os gastos não ultrapassariam os 49%. Pois bem, o que a matéria não citou é que a Prefeitura Municipal de Descalvado iniciou nesta administração o pagamento das licenças prêmios dos seus servidores, algo que não era feito há anos justamente por impactar de forma direta a folha de pagamentos da Prefeitura. Atualmente, são quase 300 funcionários que aguardam ansiosamente esse pagamento, mas que as administrações anteriores simplesmente desprezaram esse direito dos funcionários públicos. Em menos de quatro meses, já pagamos cerca de 40 benefícios aos servidores, o que nos causou um impacto direto no limite prudencial, porém ao menos começa a resgatar os direitos e os benefícios deixados de lado pelas últimas gestões. Agora, se contratarmos hoje os dez guardas municipais, nosso índice prudencial se elevaria para  56,28%, ao passo que o limite prudencial permitido é de 51,3% da receita corrente líquida" explicou Leandro Cardoso.

"Em momento algum eu citei que o problema na contratação da Guarda Municipal deflagra-se em funcional programática ou se existe ou não rubrica com valores alocados. O problema resume-se neste momento apenas no limite prudencial, uma vez que a peça orçamentária que nos foi imposta para este ano conta com inúmeras falhas para administrar o município durante todo o ano de 2014" disse o Secretário de Administração.

ORÇAMENTO - Outra questão levantada por Leandro Cardoso é quanto a previsão dos R$ 96 milhões para o orçamento deste ano. "Esse número é apenas uma previsão, e que já estamos revendo inclusive, uma vez que a situação orçamentária não tem se comportado de forma regular. A previsão de arrecadação de R$ 32,5 milhões no primeiro quadrimestre deste ano já se comprovou equivocada, uma vez que a arrecadação foi de apenas R$ 29,7 milhões. Esse dado é o mais importante na composição do índice prudencial, e interfere também com os gastos fixos já assumidos no início do exercício" relatou ele.

Há também, segundo o Secretário de Administração, a questão de uma lei aprovada no ano passado pelos vereadores, que alterou o benefício do adicional por tempo de serviço, passando de três para cinco por cento. "Com a aprovação desta lei, o município passou a ter a obrigação desse pagamento quando há superávit na arrecadação, o que mais uma vez reflete diretamente no índice prudencial e engessa a nossa folha de pagamento. Me causou estranheza a referida reportagem afirmar que estou mal informado, uma vez que ela pode ter sido redigida a três mãos; duas delas de ex-secretários municipais ligados diretamente ao assunto durante a elaboração do orçamento em 2013, e outra por um vereador que participou da votação deste e de outros benefícios para o funcionalismo, e que agora ao menos deveria saber de onde e como saem os recursos para o pagamento destes benefícios" desabafou.

DINHEIRO PARA A GUARDA MUNICIPAL - Com relação à informação de que há no balancete da Prefeitura Municipal alocação de recursos que foram previstos para o orçamento de 2014 no valor de aproximadamente R$ 1,1 milhões, destinados para a Guarda Municipal e alocados na funcional programática 0217 (código contábil da referida despesa), o Secretário Municipal de Finanças, Geraldo de Campos, disse que também neste item a reportagem faltou com a verdade, já que o valor da dotação na referida rubrica é de R$ 998,2 mil reais. Além disso, o secretário de finanças explicou que ter uma dotação é diferente de ter dinheiro. "As pessoas muitas vezes confundem ou querem confundir. Dotação é toda e qualquer verba prevista como despesa em orçamentos públicos e destinada a fins específicos. Reparem que eu disse prevista, pois não se trata do dinheiro propriamente dito. Há apenas uma previsão para um gasto específico, que neste caso, depende diretamente da arrecadação do município. Se ela cair, o que de fato aconteceu nestes quatro primeiros meses do ano com uma dura queda de menos R$ 2,8 milhões na previsão original do nosso orçamento, é preciso que se revejam também todas as previsões das dotações existentes, inclusive essa da guarda municipal" explica o secretário de finanças.

Geraldo também falou sobre a existência de saldo em determinadas rubricas do orçamento municipal - e que tem sido exploradas propositalmente de forma errada para confundir a população, conforme ele frisou - dando conta de que foi deixado dinheiro no caixa da Prefeitura no dia 31 de dezembro de 2013. "Na verdade, o que houve foi o estorno de diversos empenhos já contabilizados, inclusive de material entregue. Aliás, foi este o motivo da Secretaria de Saúde ficar desabastecida de medicamentos no início deste ano, já que o maior percentual destes estornos aconteceram naquela pasta. Isso nos causou espanto, pois transpareceu uma atitude metodicamente programada, e que acabou prejudicando toda a população descalvadense" desabafou o Secretário de Finanças.

Ainda de acordo com Geraldo, um outro grave problema vem impactando diretamente as finanças do município e poderá causar um prejuízo ainda maior aos cofres públicos, assim como vêm ocorrendo em algumas cidades do interior paulista, como é o caso de Mogi das Cruzes, Mococa e Itirapina. "Durante todo o exercício de 2013, a Prefeitura reteve cerca de R$ 700.000,00 por mês em tributos federais, baseados em levantamentos da empresa de advocacia Castelucci Figueiredo & Advogados Associados, que está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo por cometer irregularidades. Ao cessarmos esse contrato irregular logo no início dessa administração, deixamos de contar com esses recursos e agora o município ainda corre o risco de ter que ressarcir a união com multa, juros e correção monetária, sob pena de cancelamento de repasses de créditos tributários, perda de benefícios e cancelamentos de emendas e verbas destinadas ao município" relatou Geraldo.

VEREADORES MAIS PRÓXIMOS - Segundo o Secretário Leandro, existem ainda outros fatores importantes a serem considerados para a implantação da Guarda Municipal, itens esses que também deveriam ser estudados e debatidos pelos vereadores. "Porém antes de debatê-las, é preciso analisar o que foi escrito na matéria com clara conotação política: em determinado momento, o texto diz que o Chefe do Poder Executivo poderia deixar de realizar festividades para suprir a necessidade de segurança, e que o governo interino deixou  quase R$ 1,75 milhões de reais em conta. Ora, se somarmos esse valor deixado em conta ao pouco mais de R$ 1 milhão gastos nas festividades de aniversário da cidade no ano passado, porque então a Guarda Municipal não foi implantada em 2013?" indagou o secretário Leandro.

"Mas voltando àquilo que alguns dos vereadores deveriam se atentar, e principalmente participar de debates junto ao Poder Executivo, encontram-se as questões que devem ser solucionadas antes mesmo da contratação de novos funcionários. Assuntos no qual os servidores públicos aguardam há vários anos por uma solução. Podemos citar a questão do plano de saúde que poderá acarretar no aumento de 70% de despesa aos cofres públicos - razão pela qual nenhuma das administrações passadas tiveram a coragem de resolver; uma reestruturação salarial recompondo perdas e corrigindo erros da última que foi realizada; os pagamentos de benefícios atrasados, tais como a licença prêmio já citada, e a contratação de novos funcionários para o atendimento nas duas novas creches [à serem construídas nos bairros Tamanduá e Milênio], as novas USF's [Unidades da Saúde da Família também a serem construídas no Jardim Belém e Milênio] e a ETE [Estação de tratamento de Esgoto], que depois de anos paralisada a administração do Henrique finalmente estará colocando-a em funcionamento. Todos esses locais que deverão em breve estar em funcionamento, necessitarão de novos servidores, o que mais uma vez irá impactar no limite prudencial" disse Leandro.

Ainda de acordo com o Secretário de Administração, Descalvado é a única cidade da região que não vem cumprindo aquilo que determina a Lei Federal 11.738/08, que regulamenta o piso salarial do magistério público da educação básica. Regulamentada desde 2011, a Lei também prevê que na composição da jornada de trabalho dos professores, deverá ser observado o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos, e o restante da jornada deverá ser aplicado em atividades de capacitação, reciclagem e atendimento extra-curriculares, inclusive de pais e responsáveis de alunos. "Conforme levantamento da Secretaria de Educação, o município de Descalvado é o único da região que ainda não cumpre aquilo que a Le1 11.738 prevê. Essa obrigatoriedade ocorre desde 2011, e com a necessidade urgente de sanar esta irregularidade, visto que o Ministério Público já apontou o erro, teremos mais um fator que poderá causar impacto na nossa folha de pagamento" explicou o Secretário.

Conforme explicaram os secretários de Administração e de Finanças, todos esses problemas e ações que estão sendo tomadas em decorrência da má gestão feita nos últimos anos, estão causando um profundo impacto nas finanças e no limite prudencial do município, impedindo ou limitando que determinadas ações possam ser colocadas em prática. Para o secretário de Administração, a participação do vereadores nessas questões seria muito mais proveitosa para a população. "Gostaria também que os vereadores se empenhassem em participar de forma mais atuante nas ações e na administração do governo Henrique. Este convite já foi feito e quem sabe se este estreitamento nas relações não possibilite uma solução em conjunto para os principais problemas do município?" perguntou Leandro Cardoso.

Finalizando, o Secretário Leandro Cardoso disse esperar que os órgãos de imprensa em Descalvado sejam mais prudentes no seu trabalho, indo até a Prefeitura e checando as informações antes de serem veiculadas. Ele afirmou que todos os setores do Poder Executivo estarão aptos a colaborarem e a fornecer todas as informações necessárias, em benefício da própria população descalvadense que atualmente tem se demonstrado atenta e cada vez mais interessada nas questões que envolvem a administração pública municipal.
 

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