Leandro Karnal se firmou como um dos colunistas mais queridos da imprensa brasileira: suas crônicas no jornal O Estado de S. Paulo tratam de temas tão variados como fake news, educação e religião, e tentam, como o autor explica, tirar o leitor da zona de conforto. No livro 'O Coração das Coisas', Karnal diz que existe muita infantilidade nos debates atuais, com insultos, adjetivos, apelidos jocosos, como se fôssemos crianças birrentas em um parquinho. Pior: a diversão atual é “lacrar” ou “mitar” na resposta, as gírias do momento para mostrar a insegurança narcísica do debate.

Karnal também sugere que talvez, brigar e vingar ofensas reais ou pretensas seja o espaço que sobre aos fracassados. Berram para que suas vozes ocultem suas impotências reais e suas insignificâncias pessoais. "A novidade é o orgulho que a irracionalidade está provocando. Como os temas são complexos, o ideal passou a ser o pistoleiro do Velho Oeste que, sem argumentos, confia na eficácia do seu revólver. A liberdade de expressão é algo extraordinário, porém, inevitavelmente, ela está franqueada também ao bandido e possui o dado impossível de ser superado em qualquer sociedade: se eu posso dizer o que penso, tenho de aturar ouvir as mais extraordinárias bobagens da mesma forma".

O DESCALVADO NEWS publicou nessa semana uma matéria intitulada 'Eleições municipais deverão acontecer entre 15 de novembro e 20 de dezembro'. Ao que tudo indica, as eleições municipais deste ano serão mesmo adiadas, com provável data de realização no dia 15 de novembro. O adiamento traz um tempero a mais na corrida eleitoral de 2020, e prorroga algumas definifções _ ou indefinições _ que deveriam ser discutidas agora em julho, para os meses de agosto e início de setembro. Tempo suficiente para, por exemplo, novas decisões judiciais _ favoráveis para uns e desfavoráveis para outros _, ou então para o surgimento de novas alianças políticas e a desarticulação de outras que já eram dadas como certas.

Tucano quando voa com morcego acorda de ponta cabeça

Paulinho Gabrielli continua com a invejável educação e críticas construtivas. Fala de medidas na área de saúde e propõe medidas concretas para _ por exemplo _ evitar escorpiões em escolas... Gostaríamos de dar apenas um alerta para o parlamentar: cuidado com quem anda! É mais fácil o educado virar brucutu do que o brucutu ficar educado. Alias, já diz o ditado popular que “Águia voa com águia, e tucano quando voa com morcego acorda de ponta cabeça”.

ESTÓRIAS DE SUCUPIRA

Odorico visitava _ frequentemente_ a  casa das irmãs Cajazeiras. Três senhoras solteiras.... sempre disponíveis para Odorico.... Três senhoras de respeito e de reputação ilibada... Mas nem tanto.... O licor também teve papel importante com Ulisses Guimarães. Ficou famoso o licor de “Pequi” saboreado no famoso restaurante “Piantella” de Brasília.

O restaurante “Piantella”, localizado em Brasília, era muito famoso no meio político. Inimigos capitais almoçavam e jantavam juntos... Há quem diga que “combinavam” as próximas brigas nas Tribunas do Congresso Nacional... O “Piantello” fechou....mas e os acordos de convivência amarrados em seu interior?

No episódio selecionado de hoje  (video acima), Odorico finge ser um "bom moço" enquanto contrata uma pessoa para "soltar bombas" no comício por ele mesmo organizado. Será que Odorico parece com a vida real? Algum político brasileiro faria esse tipo de coisa? Bombas pelas costas e afagos na frente das pessoas? "A vida imita a arte....." já disse Oscar Wilde. Mas prossegue "....mais do que a arte imita a vida"

Com o final da guerra fria e a queda do muro de Berlim, propagou-se “o fim das ideologias” E _ portanto _ do conceito de esquerda e direita na política. O tema retomou com a polarização política e a eleição de Donald Trump no EUA, Bolsonaro no Brasil, dentre outros. A origem dos termos refere-se à Assembléia Nacional. Os “Girondinos” ficavam à direita da Assembléia e os “Jacobinos”  o lado esquerdo.

No livro “Destra e sinistra”, o escritor ilatiano Norberto Bobbio defende a validade da terminologia. Para o autor o termo refere-se _ atualmente _ ao modo como se aprecia, politicamente, o princípio da igualdade. Tanto a direita quanto a esquerda concordam que as pessoas tem diferenças. Os dois lados também concordam que as diferenças tem origem social e natural. Para a direita a origem das diferenças teria uma prevalência maior da natureza, enquanto que para a esquerda as diferenças teriam prevalência maior das condições sociais. Assim _ levando o conceito aos extremos _ a pobreza teria _ para a direita_ origem na falta de condições biológicas/pessoais. Para a esquerda a pobreza teria como principal origem as próprias condições sócias em que a pessoa nasceu. Por tal concepção é que as cotas para negros e pobres é defendida pela esquerda e combatida pela direita.

Mesmo fora da Esplanada, Abraham Weintraub continua prestando serviços a Jair Bolsonaro: no dia em que o Brasil bateu 1 milhão de casos confirmados/oficiais de covid-19, o ex-ministro da Educação agitou as redes sociais e mobilizou atenções com o lançamento de uma “candidatura” ao governo de São Paulo. Rapidamente, a isca foi mordida pelos adversários do presidente e o balão de ensaio provocativo virou um palanque digital para Weintraub ajudar Bolsonaro a tentar se esquivar, por mais um dia, dessa nova triste marca do País na crise.

A prisão de Fabrício Queiroz, ex- assessor do então deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, e que movimentou em um ano R$ 1,2 milhão _ suspeito de ser o operador da prática da rachadinha no gabinete do parlamentar _ foi o fato político de maior impacto da semana. Em dezembro de 2018, Queiroz disse ser um homem de negócios: “Eu faço dinheiro, compro, revendo, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Essa movimentação financeira veio de revenda de carros”. Simples assim, viu? A pergunta que fica é: Por qual razão Queiroz ficou escondido por tanto tempo, se é fácil de explicar a origem do dinheiro?