A
coluna
'Politicando' traz um resumo dos principais fatos políticos do
país,
do estado de São Paulo e é claro, de Descalvado e região.
A coluna também
propõe debater o
assunto 'política'
de uma forma
descontraída, democrática
e principalmente bem humorada, inclusive com a participação
de convidados,
para discutir o assunto
que cada vez mais vem ganhando espaço nas redes sociais.
05 de Julho de 2020
Adiou
"Uma
decisão amadurecida a partir do diálogo e de consensos entre profissionais da
área da ciência, do Direito Eleitoral e o Congresso Nacional". Foi assim que os
presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso,
e do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, definiram, em sessão solene do
Congresso, as negociações que levaram à aprovação da PEC 18/2020, que deu origem
à Emenda Constitucional 107, que adiou as eleições municipais deste ano de
outubro para novembro. Antes previstos para os dias 4 e 25 de outubro, os dois
turnos das eleições agora serão realizados nos dias 15 e 29 de novembro.
A volta dos que não
foram e a saída de quem não entrou
Como
muitos já haviam previsto, o ex-quase-como-assim Ministro da Educação, Carlos
Alberto Decotelli, acrescentou no seu afamado
currículo _ obviamente seguindo o seu estilo que lhe garantiu a fama _ a função de Ministro da
Educação do Brasil. Em Brasília, dizem nossos correspondentes, a carreira
meteórica do Ministro só não conseguiu ser mais rápida do que o Queiroz em dia
de pagamento na ALERJ.
A Paz
Na
política, na vida e _ até mesmo no crime organizado _ a “convivência pacífica”
acaba sendo a forma civilizada de viver em sociedade. Quem diz “não gosto de
política” , está semeando a discórdia e instalando para – raios da hecatombe
nuclear pois apenas o diálogo traz a paz... A política Descalvadense _ em sua
maioria _ caminha para a paz... Porém, lobos solitários ainda estão em guerra.
Quem ignora a convivência pacífica semeia tempestade.......
Ilustração da obra "A Divina Comédia", de Dante Alighieri
Traidores de acordo e
Lúcifer
Traidores
cometem os piores pecados e são enviados ao último círculo do inferno de Dante,
onde Lúcifer _ pessoalmente _ arranca pedaços dos traidores... diz um poeta do
funcionalismo público que está reescrevendo a tradução do “Inferno de Dante” em
conjunto com um amigo italiano. Trair interesses de aliados políticos é trair as
regras básicas da política...
"Raposas e ouriços"
Burocratas
travestidos de técnicos
Há
uma disputa nos bastidores do funcionalismo entre os “burocratas-técnicos” e os
“políticos-práticos”. “Raposas” e “ouriços” são os termos de Celso Lafer no
livro “A reconstrução dos Direitos Humanos, um diálogo com o pensamento de
Hannah Arendt“ (Companhia das Letras). Raposas com visão ampla e
interdisciplinar e os ouriços que só olham para dentro... O “ouriço” sempre se
diz “técnico” como eufemismo para a cegueira quanto ao resto do mundo. As
raposas costumam vencer as brigas....ainda que levem umas espetadas dos ouriços
que não enxergam muito bem...
Chefe e líder
Uma
anáise corporativa de algumas secretarias municipais indica que a imensa maioria
dos chefes não sabe a diferença entre ser chefe e ser lider. "Chefe" é aquele
que tem uma visão de "Casa Grande e Senzala" (livro de Gilberto Freyre), ou
seja, tem uma sala com ar condicionado enquanto os demais funcionários trabalham
no calor escaldante nos dias de verão. "Líder" convence e participa de tudo o
que acontece no setor. É a pessoa consultada e respeitada independentemente do
cargo. No funcionalismo tá cheio de "chefes" e de poucos líderes...
Kafka - o processo
Leitura obrigatória nas faculdades de Direito, o livro relata um “processo” em
que o acusado não sabe a acusação, não localiza o processo, não sabe do que se
trata... mas todos o olham como um bandido. Livro que é verdadeiro símbolo do
“autoritarismo técnico” e que _ até hoje _ é lembrado quando “técnicos”, por
meios burocráticos, tentam “queimar” seus desafetos sem _ necessariamente _ ter
que asssumir sua verdadeira intenção. Uma espécie de falta de caráter em forma
de capa e papel... Indicação bibliográfica da coluna
POLITICANDO para setores mais refratários ao diálogo... Cotados para
secretarias já leram.
O analfabeto político
O
pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões
políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância
política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e
multinacionais." (Bertolt Brecht) O analfabeto político não seria o "chefe" que
ignora os demais funcionários?
Currículo e batom na
cueca
O
servidor municipal _ aquele do 'batom na cueca' e que
sem saber foi "indicado" para 3 secretarias _ encontrou o vererador
autor das indicações
no Paço Municipal. O funcionário _ que foi professor universitário por 20 anos _ não perdeu a
piada em relação ao agora ex Ministro Decotelli. "Avisou" que o Ministério da
Educação era dele e que já estava "mexendo" no currículo para conseguir a vaga indicado pelo
vereador... O vereador se fez de desentendido. Já se fala na "secretaria extraordinária para divulgação de
aniversários". Seria a "quarta" secretaria. Até o final do ano deve assumir "todas" as
secretarias.
Café
Quem chega no Paço Municipal antes das
7h tem que tomar o cafezinho feito
pelo guarda noturno Xavier. O café do Xavier tem muuuuita fama. Alguns gozadores
dizem que ele aprendeu a fazer café na empresa Suvinil, pois é um óóóóóóóóótimo
café para ser usado como tinta de parede. Já os gozadores da Procuradoria
disseram que no próximo concurso irão incluir a prova prática de café no edital
do concurso de guarda noturno. “Xavier tomaria pau” disse um dos gozadores da
Procuradoria.
Os pecadores e a IRA
Contas do Exercício
2017: Decisão política?
No quinto círculo do inferno de Dante, os pecadores da
IRA brigam entre si,
tendo Lucifer escondido sob a lama... Também diz a musica 'Virtudes e defeitos",
do cantor Leonardo: "(...) Somos feitos de virtudes e defeitos; Só de pensar em
te perder, sinto uma dor no peito; Quem sabe de outro jeito a gente pode se
reconquistar; Porque nunca é tarde pra recomeçar". Será que a articulação
política do candidato de oposição para rejeitar _ por motivos exclusivamente
políticos _ as contas de 2017 do prefeito Becão seria uma boa coisa para a
cidade? A ira não pode passar de pai para filho... A vingança pertence a Deus.
Muita gente certamente vai se recordar que o ex-prefeito Calza teve suas contas
_ aprovadas pelo TCE _, rejeitadas pela Câmara por meio das mesmas mãos
articuladoras que agora pretendem repetir o feito. O mundo é bem maior que as
ambições eleitorais!
Estrela discreta da
semana
A
coluna POLITICANDO vai escolher toda semana
uma "estrela discreta" que trabalha muito e não aparece na mesma proporção.
Algúem já parou para pensar na dicifuldade de uma orquestra mantida numa cidade
de apenas 33.000 habitantes? Apenas grandes cidades como São Paulo e Campinas
conseguem manter tais orquestras... Alessandra Paganotto é a estrela discreta
desta semana!
Pode pedir música?
Aproveitando
a singela homenagem, gostaríamos de ouvir _ na próxima apresentação da
prestigiada Orquestra Descalvadense _ a música "O trenzinho do caipira" cujo
vídeo da Osesp está logo acima dessa nota. Contam os fofoqueiros que tem gente
no Palácio do Povo que já disse que "não pode ir embora dessa vida sem ouvir o
trenzinho do caipira da orquestra canequinha". O trenzinho do caipira é a mais
famosa das músicas de Heitor Villa Lobos, compositor clássico que compos o ciclo
das "Bachianas brasileiras". Também existem versos do "trenzinho do caipira" com
letra do poeta Ferreira Goulart e cantoda por Edu Lobo numa versão e Ney
Matogrosso noutra versão. A coluna indica a versão de Ney Matogrosso pois o
timbre do cantor _ na opinião modesta desta coluna _ tem melhor sinergia sonora
com a música de orquestra.
Barbalho trabalha
como rima...
Na próxima coluna, um dos candidatos a "estrela discreta" é Carlinhos Barbalho,
que trabalha tal e qual a rima de seu nome...
COLUNA DE ENTREVISTAS
O entrevistado de hoje da nossa coluna é
o advogado Flávio Caetano. Professor da PUC/SP,
mestre pela PUC/SP (tese sobre comissões parlamentares de inquérito), também foi
Secretário Nacional de Assuntos Judiciários na gestão do ministro da Justiça
José Eduardo Cardoso.
POLITICANDO - Boa Tarde, Dr. Caetano. Obrigado por aceitar o
convite da nossa coluna para falar um pouco sobre o atual cenário político
brasileiro.
Flavio Caetano - Boa Tarde!
É uma honra falar com o mais importante jornal de Descalvado... A terra do Lalá.
POLITICANDO
- Quem é o Lalá?
Flavio Caetano - Para vocês
é o Dr. Laércio Loureiro, para mim, é o Lalá. Ele é procurador do Município.
POLITICANDO
- Ah tá. O que o senhor, que atuou em um governo que sofreu impeachment
(Dilma Roussef), acha da possibilidade de um novo processo de impedimento nesse
governo?
Flávio Caetano - Acho que a
possibilidade é real. Existem inúmeras variáveis que viabilizam o impeachment no
atual governo. Juridicamente já existem todas as condições. Politicamente é que
algumas variáveis ainda não estão consolidadas em razão do acordo recente com o
centrão. Mas o centrão é algo em torno de 40% e não consolida o apoio que
afastaria o impeachment. Além disso, as Fake News podem resvalar no Presidente
de perto e isso viabilizaria o impeachment.
POLITICANDO -
Só isso seria o suficiente?
Flávio Caetano - Não. Mas
existem outros fatores. Por exemplo, o governo Bolsonaro é extremamente mal
visto por membros do Poder Judiciário e do Poder Legislativo já que seus
apoiadores de maneira clara e inequívoca atacam esses dois poderes. Não há
legitimidade social ao governo. Além disso o TSE pode, legitimamente, cassar o
mandato com base num desdobramento das fake News que apure o uso de notícias
falsas na campanha eleitoral. Enfim... as circunstâncias negativas para o
governo formam um caldo de sinergia bem mais intenso do que aquele que levou ao
impeachment de Dilma Roussef.
Além disso, ele
tem apoio restrito da população: cerca de 30% do eleitorado. O grupo de
excluídos: homoafetivos, pobres, mulheres, negros, etc, o consideram uma ameaça
aos avanços sociais e esse grupo significa um percentual maior de rejeição ao
Presidente.
Assim, o apoio ao
impeachment é mais fácil. Nas atuais circunstâncias, é maior do que no governo
Dilma que, diga-se, teve apenas uma rejeição financeira como pretexto para o
pedido. Digo pretexto, porque essa questão, rigorosamente, não seria suficiente
para o impeachment que ocorreu.
Na próxima semana você confere mais trechos da entrevista com o Dr. Flávio
Caetano
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Paulo”, de 27.06.20 / “Coluna do Estadão”
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